AGO 16, 2022
Instituto de Longevidade MAG*. Confira matéria original aqui.
*Editado por Koala Hub em 16/set/2022
A pesquisa “Por que pessoas 50+ não são consideradas como força de trabalho em um país que envelhece?” foi divulgada na 5ª edição do MaturiFest 2022. O evento é o maior festival voltado para trabalho e empreendedorismo do público 50+ e a pesquisa trouxe informações inéditas sobre o mapeamento do etarismo no Brasil.
O evento é de extrema importância para o país, já que 26% da população brasileira passou dos 50 anos. A projeção é que, em 2040, 57% dos trabalhadores tenham mais de 45 anos. O levantamento, realizado pela EY Brasil e pela plataforma Maturi, ouviu 191 empresas de 13 setores, entre dezembro de 2021 e janeiro deste ano, sendo que 43% eram de grande porte.
O maior peso foi o setor de serviço, representando 25% das companhia. Seguido por saúde, com 16%, e tecnologia, com 15%. Segundo Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi:
“A população 50+ é a que mais cresce no Brasil e exige que governos e empresas adotem uma nova compreensão – a pesquisa, realizada em parceria com a EY, expõe o atual cenário e isso pode auxiliar na construção de uma perspectiva mais inclusiva e estratégica. Nas organizações, quem abrir oportunidades de atração e retenção, assim como desenvolver novas trilhas de reskilling e upskilling, continuará a contar com uma mão de obra produtiva, engajada e capaz de contribuir para a inovação nos negócios. Mas isso não acontecerá da noite para o dia, é preciso muito trabalho, com discussão e novas práticas para conscientização do mercado.”
Crédito: NDAB Creativity/shutterstock
5ª edição do MaturiFest: empresas são etaristas?
A notícia não tem tom de surpresa, mas os dados mostram como o cenário é preocupante. No levantamento, 78% das empresas participantes têm a percepção de que as organizações são etaristas. Além disso, 80% não possuem políticas específicas no combate à discriminação por idade em seus processos seletivos.
Ainda, 33% das empresas não praticam nenhuma ação voltada para a discussão sobre o preconceito etário. E, mesmo que existam líderes com mais de 50 anos, dois em cada cinco representantes da alta liderança não possem uma visão clara sobre o assunto. Cerca de 30% não o consideram prioritário e outros 17% não acreditam que refletir sobre o envelhecimento seja importante para o futuro do negócio.
A diversidade, equidade e inclusão não são prioritárias para 42% das organizações ouvidas. Entre as que priorizam e adotam prática para o debate de preconceitos, os temas mais abordados são gênero e étnico/racial. A temática etária e geracional apenas está presente em 45% das empresas.
Esses dados mostram que as organizações brasileiras não estão preparadas para o envelhecimento da população. Considerando que a força de trabalho estará cada vez mais madura ao longo dos próximos anos, é necessário que as companhias tenham uma visão mais sensível para o tema.
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