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A vida depois de uma doença grave

JUN 28, 2022

Mariza Tavares - Bem Estar. Confira matéria original aqui.


Aprenda a superar os sentimentos negativos e a cuidar da saúde física e mental

Relatório divulgado semana passada pela Sociedade Americana do Câncer (ACS na sigla em inglês) mostra que, no começo de 2022, o número de sobreviventes da doença bateu a marca de 18 milhões naquele país, sendo que dois terços têm mais de 65 anos – 53% haviam sido diagnosticados nos últimos dez anos. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se a ocorrência de 620 mil novos casos por ano. Entre os homens, a maior incidência é a do câncer de próstata, que responde por 29,2% do total; entre as mulheres, o de mama representa 29,7%. Como explicou a chefe da divisão de vigilância e análise de situação do Inca, Marianna Cancela, “a estimativa é de que tenhamos cerca de 1.4 milhão de pacientes que receberam o diagnóstico nos últimos cinco anos e estão vivos”. Uma boa notícia é que os dois tipos de câncer mais comuns, próstata e mama, têm boas chances de cura se diagnosticados precocemente.

Ruptura biográfica: angústia durante o tratamento conduz a um processo de reformulação e estreitamento dos laços afetivos entre o paciente e familiares — Foto: InstagramFotografin para Pixabay Tanto lá, quanto aqui, as desigualdades sociais traduzem um desafio enorme para a prevenção e o tratamento precoce. Mesmo assim, um contingente cada vez maior fica curado. Aproveitando os dados recém-divulgados, quis escrever sobre o que acontece na vida das pessoas depois da vitória sobre uma doença grave. Segundo outro estudo do Inca, os pacientes e até seus familiares tendem a adotar hábitos saudáveis, o que inclui a prática de exercícios e uma dieta balanceada. Os pesquisadores atribuíram as mudanças à dura experiência do diagnóstico e tratamento: a angústia e o sofrimento conduzem a um processo de reformulação de valores e comportamentos que é conhecido como ruptura biográfica. Apesar de questões preocupantes, como o impacto econômico para quem deixou de trabalhar, ocorre um estreitamento dos laços afetivos com familiares e com os grupos que foram solidários durante o processo.

Embora o estigma do câncer seja maior, toda enfermidade séria traz repercussões emocionais e mentais, e ainda podem surgir limitações físicas. O luto é real. Perdemos uma parte de nós, da vida como a conhecíamos. Aqui estão algumas recomendações que a médica Alisa Sabin listou em artigo que escreveu para o site SixtyAndMe: servem para lidar com os sentimentos negativos e aprender a superá-los. Aceitar: é preciso encarar de forma realista o que mudou, reconhecer se surgiu alguma incapacidade, temporária ou permanente. Tente focar no que é possível controlar.

Conectar-se: mantenha contato e aprofunde o relacionamento com as pessoas que lhe deram acolhimento nos momentos difíceis. Lembre-se que você também é capaz de ajudar amigos e familiares com sua presença e disposição para ouvir, e não recuse auxílio se estiver precisando.

Cuidar-se: a saúde física alimenta a saúde mental. Não descuide da alimentação, da atividade física e do sono de qualidade. Aprenda a manejar a ansiedade e o estresse com técnicas de relaxamento, como meditação ou mindfulness.

Encontrar-se: cerque-se de coisas e atividades que lhe deem prazer e tragam propósito à sua existência. Pode ser um hobby, um trabalho voluntário, uma nova atividade.

Celebrar e agradecer: crie metas simples e festeje cada pequena vitória. Alimente-se com histórias inspiradoras e não se deixe abater pelo desânimo. Transforme-se em seu melhor amigo/amiga!

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