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Aposentadoria no Brasil: País fica em penúltimo lugar em ranking mundial

SET 23, 2022

Instituto de Longevidade. Confira matéria original aqui.


Já se sabe que a aposentadoria no Brasil é um tema complexo. Cada vez as pessoas vivem mais no país, mas a maior parte, quando se aposenta pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) ganha menos do que precisa para pagar as despesas. Para se ter ideia, 19 milhões de aposentados e pensionistas ganham até um salário mínimo.


Essa realidade fez com que o Brasil ficasse em penúltimo lugar na pesquisa realizada pela Consultoria Natixis Investment sobre as condições de aposentadoria em 44 países. O país só perde para a Índia. Na lista estão os membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e os emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).


Os primeiros lugares relacionados às condições da aposentadoria ficam com países europeus: Noruega, Suíça e Islândia, de acordo com o levantamento.


Crédito: fongbeerredhot/shutterstock


Como é a aposentadoria no Brasil do ponto de vista econômico?

A pesquisa mostrou que a aposentadoria no Brasil é especialmente difícil do ponto de vista do bem-estar econômico. Foram comparados quatro aspectos na pesquisa: saúde, finanças, qualidade de vida e bem-estar material. Neste último item, foram avaliados quesitos como igualdade de renda, renda per capita e desemprego. Especificamente sobre esse item, o Brasil ficou em último lugar.


A situação da aposentadoria no Brasil faz com que, cada vez mais, os especialistas recomendem um olhar atento para a Longevidade Financeira. É preciso pensar além do INSS quando se trata de aposentadoria.


“As regras do regime geral foram sofrendo alterações. Isso é natural por conta do regime de financiamento. Quando a gente tinha um perfil familiar, agrário, os pais tinham diversos filhos e, no momento em que o pai e a mãe paravam de trabalhar, os filhos sustentavam, era o chamado pacto geracional. Isso se reflete também no modelo de financiamento do regime geral de previdência", explicou Ugo Garcia, especialista em Previdência Complementar e gerente de estratégias públicas do grupo MAG, em live realizada pelo Instituto.


Menos gente contribuindo e mais gente recebendo

“Quem está hoje na ativa financia quem está aposentado. Isso faz todo sentido quando a gente falava de um momento em que a gente tinha uma pirâmide etária no país com formato de fato de pirâmide. Ou seja, com idades mais avançadas em volume menor no topo. Hoje a gente já não tem isso. A pirâmide ganhou um formato de barril. Isso significa que tem menos gente contribuindo e mais gente recebendo os benefícios”, explicou.


De acordo com Garcia, atualmente só se aposenta com o teto do INSS no Brasil quem contribuiu desde o primeiro emprego pelo teto máximo por 40 anos. “Com a necessidade das reformas, hoje não dá para saber a regra que vai existir daqui a algumas décadas. A dinâmica mudou e tenho que me proteger de não ter a reposição de renda que mantenha meu padrão de vida ao me aposentar.”, explicou ele.

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