JAN 24, 2022
Achei Sudoeste. Confira matéria original aqui.
Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia
Em 2022, a Bahia amargou o quarto lugar quando se trata de maus tratos contra seus idosos, perdendo apenas para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. De acordo com o jornal Tribuna da Bahia, foram apresentadas 4.317 denúncias de violência contra a pessoa idosa em 2022, sendo 2.102 no primeiro semestre e 2.215 no segundo semestre. As informações foram catalogadas pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Durante o período, foram apontadas ainda 12.907 violações dos direitos humanos dessa população vulnerável em todo o Estado, com predominância das cidades de Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Barreiras e Juazeiro. A violência contra a pessoa idosa foi a terceira categoria de maus tratos mais denunciada no Disque 100, um dos principais canais para notificar o crime, ficando atrás da violência contra a criança ou adolescente e da violência familiar contra a mulher. Para além da população idosa, a maioria das 20.551 denúncias de violência realizadas na Bahia durante todo o ano de 2022 teve como cenário a própria casa onde vítima e suspeito conviviam, com 8.343 fatos noticiados, seguida da casa da vítima (6.533 registros) e, em proporção bem reduzida, na casa do suspeito (1.094). Outra triste estatística dos maus tratos contra o idoso é justamente esse uso da proximidade para justificar o injustificável: ainda com base nas informações oferecidas pela Ouvidoria, a convivência familiar numa mesma casa figura como o segundo maior agravante nas denúncias, seguida de perto pela relação familiar. As mulheres continuam a sofrer mesmo na melhor idade na Bahia: elas representam a maioria maltratada. A faixa etária com mais denúncias de violência foi vista entre os 80 e 84 anos, com 490 denúncias, seguida pelos grupos de 75 a 79 anos (462 registros) e entre os idosos com 60 e 64 anos (461). Já quando se observa o público masculino, o maior contingente de denúncias no ano passado foi de maus tratos contra idosos de 70 a 74 anos, com 253 ocorrências, seguido pela faixa de 60 a 64 anos (242 registros) e 80 a 84 anos (212). Os tipos de violência mais comuns entre esse público são a física (bater, queimar, etc.), psicológica (humilhações, ameaças e desprezo por sua mera condição de idoso) e financeira (tomar para si o dinheiro da aposentadoria ou benefício recebido, por exemplo). Vale lembrar ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou a década entre 2020 e 2030 como a década do envelhecimento saudável, enfatizando a importância do debate e enfrentamento às práticas abusivas por parentes e cuidadores dentro do ambiente domiciliar. Especialistas em envelhecimento alertam que além da denúncia ao Ministério Público e demais órgãos competentes, é preciso lembrar que todo cidadão vai passar por essa etapa mais dependente e vulnerável da vida, e a garantia de um fim de vida mais saudável é responsabilidade de cada um, evitando que mais idosos sejam vítimas da violência.
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