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Como o Japão vai diminuir o número de casos de demência

JUL 12, 2022

Mariza Tavares - Bem Estar. Confira matéria original aqui.


Adoção de hábitos saudáveis produz impacto positivo em qualquer fase da vida


Uma simulação utilizando dados de 40 milhões de japoneses projetou, para 2043, um perfil auspicioso dos idosos do país. Um número maior de pessoas viverá mais e os casos de demência diminuirão. O único grupo que parece não ter se beneficiado é o das mulheres de escolaridade mais baixa, que corre o risco de enfrentar uma velhice marcada pelo declínio cognitivo. Como já apontei no blog, o progressivo envelhecimento da população mobiliza todos os governos, e o Japão é considerado um laboratório para ações propositivas. São 30% aqueles acima dos 60 anos e as políticas estimulam a longevidade ativa.


Simulação projeta longevidade maior e um número menor de casos de demência no Japão — Foto: Buffalobrian para Pixabay

A simulação foi realizada por pesquisadores das universidades de Tóquio e Stanford (EUA) levando em conta 13 condições crônicas (entre elas doença cardiovascular, diabetes, depressão e dependência de drogas), assim como fragilidade e demência. Detectar grupos que estão sob maior risco ajudará na montagem de políticas públicas direcionadas. Em outra frente – mas que tem relação direta com o prognóstico positivo do quadro – pesquisadores da Universidade de Osaka enfatizaram a importância da adoção de hábitos saudáveis para aumentar a expectativa de vida. O impacto é favorável até para os indivíduos com enfermidades crônicas e, embora o ideal seja fazer ajustes ainda na meia-idade, as mudanças são benéficas inclusive para os idosos. O estudo se baseou em dados de 49 mil japoneses, coletados entre 1988 e 1990. O objetivo inicial era levantar que fatores contribuíam para as mortes causadas por câncer e doença cardiovascular, mas o questionário incluía perguntas sobre exercício, dieta alimentar, tabagismo, sono, ingestão de álcool e índice de massa corporal (IMC). O monitoramento continuou até o fim de 2009, quando perto de 9 mil participantes haviam morrido. “Os resultados eram claros: um grande número de comportamentos modificáveis estava diretamente relacionado ao aumento da expectativa de vida”, afirmou Ryoto Sakaniwa, principal autor do estudo. Reduzir o consumo de bebidas, não fumar, perder peso e melhorar a qualidade do sono tiveram o poder de aumentar em seis anos a longevidade de indivíduos na casa dos 40. Os benefícios alcançavam mesmo octogenários e aqueles com comorbidades.

É preciso que os países se mobilizem para zelar pelo envelhecimento da sua população. No mês passado, a Canadian Consortium on Neurodegeneration in Aging, a maior entidade canadense de pesquisa sobre demência, lançou um programa on-line, batizado de Brain Health PRO, com informações sobre a doença e os fatores de risco que podem ser modificados. São eles: exercício, nutrição, sono, saúde do coração, conexões sociais, visão, audição e disposição para o aprendizado. Há vídeos e módulo interativos, para estimular mudanças de comportamento, e os participantes receberão dispositivos para monitorar a atividade física. Prevendo bater a casa de um milhão de demenciados nos próximos 12 anos, o governo determinou que a prevenção é uma prioridade nacional. No Brasil, a estimativa é de que já tenhamos quase 2 milhões de pacientes com algum tipo de demência.

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