Desafio do envelhecimento da população brasileira

JAN 23, 2022

O Tempo. Confira matéria original aqui.

Grupo acima dos 65 anos será 22% de todos os habitantes do país em 2050

O planeta está amadurecendo. Um relatório da Organização das Nações Unidas aponta que, dos atuais 8 bilhões de habitantes, 9,6% têm 65 anos ou mais. E dentro de 27 anos, essa faixa etária representará 16,5% da população mundial.

No caso do Brasil, há 20,5 milhões de pessoas acima de 65 anos e, em 2050, serão mais de 60 milhões, ou 22% da população projetada. E esse processo de envelhecimento traz desafios que o eterno “país do futuro” precisa enfrentar no presente.

Um dos primeiros que vem à mente é o das aposentadorias. Somente o INSS possui 21,8 milhões de aposentados registrados atualmente. De acordo com o Portal da Transparência, somente no ano passado, os gastos com o Regime Geral da Previdência Social passaram de R$ 400,47 bilhões, somente na área urbana.

Não se pode olhar esses números apenas da ótica de uma despesa dos cofres públicos. De uma forma substancial, a população mais velha é também uma força significativa no mercado de trabalho. De acordo com o Instituto Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), dos mais de 71 mil domicílios brasileiros, um terço possui idosos. Em 20% dos lares, os idosos contribuem com mais de 50% da renda total. E, em 18% dos domicílios, os maiores de 65 anos são os responsáveis únicos pelo sustento.

Um dinheiro que não vem apenas da aposentadoria. Os dados da Pnad Contínua do IBGE mostram que 7,4% da população ocupada tem 60 anos ou mais. Uma fatia que tende a crescer substancialmente, pois a faixa que será idosa em 2050 (hoje entre 40 e 59 anos) representa 38,7% dos empregados.

Além da previdência e do trabalho, um terceiro desafio se impõe: o da saúde. De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, 18% dos planos de saúde privados são de pessoas acima dos 59 anos. E os gastos com procedimentos a partir dos 65 anos tendem a crescer de R$ 7.522 a R$ 19.263 (no caso dos usuários acima de 80 anos), consequentemente, mensalidades mais caras.

Enfrentar hoje esses desafios de um país cada vez mais velho é essencial e um sinal de maturidade.