AGO 19, 2022
Jacqueline Freire - UFAL. Confira matéria original aqui.
A Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) lançou no dia 19 de agosto, a coletânea “Desafios de ser velha e velho no Brasil: redução de direitos e de controle social em contextos diversos e em tempos de pandemia”. A obra é organizada pelas professoras Betânia Buarque e Tereza Lins, da Faculdade de Serviço Social (FSSO).
“A obra é de construção coletiva, fruto do desejo de mulheres autoras, todas doutoras, mestres e especialistas em Gerontologia, que há anos vêm, à luz das pesquisas, estudando a ciência do envelhecimento e travando uma luta no campo da defesa dos direitos da pessoa idosa, com o objetivo de transformar a realidade e impulsionar o Estado a garantir as condições necessárias à vida desse segmento com dignidade”, explica a professora Tereza Lins.
Ela acredita que a circulação do e-book pode se materializar em um importante veículo de instrumentalização para o conhecimento sobre temas como: o fenômeno do envelhecimento; as políticas públicas em defesa dos direitos da pessoa idosa; os mecanismos de controle social; e, em especial, os desdobramentos da educação para o envelhecimento.
“A expectativa que nos move, com o lançamento dessa obra, é a mesma que alimenta um conjunto de estudiosos que há um tempo vem aguardando sua publicação, pela emergência vivenciada no segmento da pessoa idosa desde o surgimento da pandemia de covid-19, no Brasil”, afirma.
As cinco autoras do livro foram conselheiras do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI). “A ideia de fazermos um livro nasceu, em 2019, face a descaracterização do CNDI pelo Decreto 9783/2019, ao ter a sua organização/estrutura e a composição, preconizadas no decreto nº 5. 109/2004 e no regimento interno do CNDI (resolução nº 18/2012), alterados, transformando-se em apenas um conselho de fachada, deixando de exercer as suas competências, principalmente, na prática, a de gestor do Fundo Nacional do Idoso – FNI, resultando, na redução de direitos da população idosa e da participação democrática, nesse órgão de controle social”, explica.
A professora Tereza relata ainda que com a ausência efetiva do CNDI, a população idosa, desde o início da pandemia, está à mercê de gestores do executivo. “Além de que houve um aguçamento de preconceitos e discriminações contra a velha e o velho brasileiro, principalmente, a em razão de idade. Foi o Idadismo, durante essa pandemia da covid-19, que nos levou a identificar a urgência da Educação para o envelhecimento para toda a população brasileira”, diz.
Para a professora Betânia Buarque, a expectativa é que o lançamento da obra contribua para a formação de profissionais comprometidos e competentes que atuam ou vão atuar na atenção e cuidado dessa população. “O livro traz uma abordagem multidisciplinar sobre as questões pertinentes à população idosa, principalmente, em tempo de pandemia. Esperamos que sensibilize o poder Público, a Sociedade, a Família, e demais estudiosos e interessados na promoção, proteção e defesa dos direitos da velha e do velho brasileiros, a lutar para: a efetivação das políticas públicas; a participação democrática; o exercício do controle social; e uma educação para o envelhecimento a fim de garantir uma velhice digna às velhas e velhos do Brasil e um envelhecimento digno para a população em geral”, alerta.
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