SET 28, 2022
Mirian Gasparin. Confira matéria original aqui.
Estudo aponta que empresas com colaboradores comprometidos apresentam melhor rendimento
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Gallup em 2020 escancarou a diferença de resultados entre profissionais engajados e não engajados. Envolvendo mais de 1,8 milhão de colaboradores, de 230 empresas e 73 países diferentes, a pesquisa indicou que trabalhadores comprometidos vendem 20% a mais, são 17% mais produtivos e apresentam 40% a menos de absenteísmo. Além disso, empresas que apresentaram maior nível médio de envolvimento em sua equipe geram 21% a mais de lucro.
Tais dados evidenciam a importância de se criar uma liderança positiva no ambiente de trabalho. Porém, se os números favoráveis chamam a atenção, o mesmo pode ser dito sobre a dificuldade de se atingir esse nível de compreensão sobre o que incentiva uma equipe a se manter motivada. Segundo Richard Uchoa, CEO da Revvo, líder em aprendizagem corporativa digital no país, a principal questão colocada pelas empresas nesse sentido é uma mudança drástica no que os profissionais exigem por parte dos seus líderes. De acordo com o executivo, os tempos modernos fizeram com que o engajamento profissional fosse fruto de fontes diferentes numa comparação com alguns anos atrás.
“As habilidades de liderança nos tempos de hoje passaram a ser exercidas em novos canais e os modelos de gestão de equipes, que por décadas tinham como premissa o tão falado comando e controle – que vem de uma ótica mais mecanicista, voltada somente ao ganho de eficiência -, agora passam a ser questionados, priorizando na pauta do líder a necessidade de saber trabalhar melhor a conexão e autonomia de seus colaboradores”, explica Richard.
Nova premissa
Diante desse cenário de reforma no que diz respeito à influência positiva, as expectativas quanto ao papel dos líderes foram atualizadas seguindo uma nova premissa, que o fórum econômico mundial está chamando de “liderança responsável”, com cinco pilares fundamentais capacidade de incluir as partes interessadas no processo de tomada de decisão; de explorar o que há de melhor da emoção e intuição das pessoas; de desenvolver missão e propósito; de ter tecnologia e inovação como aliados e, não menos importante, na capacidade criativa de trabalhar o intelecto e insights frente a novas oportunidades.
Um novo viés
Todas essas transformações se dão justamente para acompanhar uma nova forma com que a sociedade tem encarado as questões profissionais. Ainda conforme o CEO da Revvo, todas essas mudanças acabaram trazendo impactos importantes na forma como os funcionários veem as suas empresas. Nesse sentido, os profissionais não enxergam mais a companhia somente como o lugar que lhe garante apenas o salário. Atualmente, o trabalhador busca fazer parte de uma organização com ideais e cultura que se encaixem com o que acredita ser o correto.
“O tema engajamento passou a incluir também a necessidade de entender melhor o cenário, aterrissar as diferentes expectativas – incluindo também o reconhecimento da diversidade geracional – e se preocupar mais em criar conexão com a visão do colaborador sobre aspectos mais intangíveis da empresa, como cultura e valores, e assim repensar os modelos de carreira e os estilos de liderança”, ressalta o especialista.
Diante de todo esse contexto, para Richard, manter uma equipe profissional engajada é uma tarefa complexa e exigente nos dias de hoje, sobretudo ao considerar os conflitos internos, principalmente os geracionais, inseridos nesse cenário. No entanto, o executivo reafirma que este esforço acaba sendo recompensado, tanto pelos números, como mostra a pesquisa Gallup, como também na retenção de talentos, na execução do trabalho e na convivência mais harmônica entre profissionais.
“A lógica é simples: a gente não se conecta com o que não acredita. Respeitar os aspectos individuais das pessoas, levando em conta essas diferenças geracionais e pessoais de cada um, acaba sendo exercício fundamental e extremamente saudável para qualquer empresa”, completa.
Ferramenta inédita
Com o propósito de conscientizar líderes sobre as mudanças nas habilidades necessárias para um modelo de gestão eficiente e transparente, a Revvo criou uma espécie de calculadora capaz de medir o nível de engajamento dos profissionais de uma empresa. Gratuito, o instrumento é inédito no mercado e está disponível ao público por meio do site da edtech.
A ferramenta interativa foi concebida para auxiliar as companhias a avaliarem como estão conduzindo o processo de envolvimento dos funcionários e dar condição para um trabalho mais assertivo que leve em conta a visão do time e a capacidade de aprender do mesmo a cada novo desafio de uma maneira mais estruturada.
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