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Envelhecer: meu tempo é hoje

SET 11, 2022

Redação - EBC. Confira matéria original aqui.


Aumento da longevidade abre caminhos para um envelhecimento mais ativo



O que define se uma pessoa é velha ou não? Há um parâmetro cronológico, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que define o idoso como aquele acima dos 60 anos. Há ainda critérios biológicos de mobilidade e força que ajudam a delimitar a juventude e a velhice. Independentemente do marcador, essa população cresce em ritmo acelerado no Brasil e no mundo - e eles não querem mais ser enxergados como “os inativos”. Já são mais de 30 milhões de brasileiros acima dos 60 anos que estão construindo uma nova forma de envelhecer. Esse é o tema do episódio Envelhecer: meu tempo é hoje, do Caminhos da Reportagem.


Oscar, por Divulgação/TV Brasil








Caminhos da Reportagem - Divulgação/TV Brasil


“Antigamente, quando eu era criança, nós tínhamos entre 4% e 5% da população com mais de 60 anos e,quando chegava lá vivia pouco. Hoje, nós temos 15% e, em 2050,nós vamos ter 31%. Serão 68 milhões de pessoas com mais de 60 anos. O grande desafio do século 21 é quais políticas públicas nós precisamos para essa população, assim como a grande conquista dos últimos 100 anos foi poder envelhecer”, aponta o médico Alexandre Kalache, presidente dp Centro Internacional de Longevidade Brasil.


As limitações físicas o tiraram das quadras de basquete e o atleta olímpico Oscar Schmidt teve que traçar uma nova rota quando foi ficando mais velho. Tornou-se palestrante motivacional. “Eu queria jogar basquete até morrer, né? E não dá. Não é possível. Adoro fazer palestra porque vejo as pessoas batendo palma e eu estou contando a minha história para eles. Então, isso repõe, em parte, tudo aquilo que eu perdi parando de jogar”, conta. O trabalho também é o que move a atriz Suely Franco, que precisou exercitar novas habilidades ao fazer teatro on-line durante a pandemia.


No surf, o casal Francisco Aguiar e Edmea Correia encaram o envelhecimento - Divulgação/TV Brasil


Foi também no esporte que o casal Francisco Aguiar e Edmea Correia, com 77 e 75 anos, respectivamente, encontraram uma nova forma de encarar o envelhecimento. Eles são surfistas há 15 anos e fazem parte de uma turma de cabelos brancos que encara as ondas de Santos (SP), sob a tutela do professor Cisco Araña, uma lenda do surfe no Brasil.


“O que manda mesmo é a cabeça da gente. No meu caso, eu estou com 75, mas estou bem, com saúde, sou perfeita. Nós somos uma máquina, se parar vai enferrujar e aí faz o que? Eu vou me mexer até o último minuto que eu puder e que Papai do Céu permitir, eu estou aqui”, diz Edmeia.


Com a força dos braços e da garganta João Evangelista continua ativo - Divulgação/TV Brasil


A escritora Cris Guerra, autora do podcast Outras Crises, em que reflete sobre o envelhecer, lembra que, com o aumento da população idosa, é necessário promover de forma mais intencional a convivência intergeracional. Ela também ressalta a importância de enxergar todas as dimensões da vida da pessoa idosa, não apenas a condição do trabalho.


Aos 88 anos, Henrique Hanna oferece aulas gratuitas de inglês e está editando um dicionário - Divulgação/TV Brasil


“A gente tem uma relação tão utilitária com o ser humano que a gente acha que, quando ele para de trabalhar, deixa de ser produtivo, é como se ele não servisse mais. A gente precisa muito rever todos os nossos conceitos”, defende.


Nossa equipe também acompanhou um dia na vida de dois maiores de 60 anos que seguem muito ativos na vida profissional. O enfermeiro Rubens Praser, que equilibra uma rotina pesada de estudos e plantões em hospitais, e o comerciante de gás João Evangelista, que com a força dos braços - e da garganta - percorre as quadras do Plano Piloto, em Brasília, vendendo gás de cozinha. Também conversamos com o poliglota iraquiano Henrique Hanna, que aos 88 anos oferece aulas gratuitas de inglês e está editando um dicionário.


“O grande desafio do jovem é que ele nem sabe se vai envelhecer. Ele quer envelhecer, mas ele não quer ficar velho. Ora, não tem as duas coisas. Envelhecer é bom, morrer cedo é que não presta”, diz Kalache.

Ficha técnica

Reportagem: Tiago Bittencourt Produção: Carolina Oliveira Edição de texto: Amanda Cieglinski Edição de imagem: Rivaldo Martins Apoio à produção: Thiago Padovan, Julia Ballarini, Luciana Goes Imagens: Sigmar Gonçalves, André Pacheco, Rogério Verçoza, Jorge Brum, João Pedro Gomes, Jefferson Gomes Pastori, William Sales Figueiredo, Eduardo Viné Boldt, Gílson Machado Auxílio técnico: Maurício Aurélio Marcelo, Eduardo Domingues, João Batista de Lima, Cláudio Tavares, Alexandre Souza, Raimundo Nunes, José Carlos, Marcelo Vasconcelos

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