AGO 24, 2022
Esquerda. Confira matéria original aqui.
No fim de semana de debates de 26 a 28 de agosto em Coimbra, Nuno Veludo e Manuel Lopes apresentam o painel que traz uma reflexão acerca do processo e condição de velhice.
Foto de Paulete Matos.
Desafios da sociedade contemporânea: Envelhecimento e qualidade de vida/saúde
O processo de envelhecimento não pode ser separado do contexto social que o rodeia e domina. Esse processo, do qual faz parte o nascimento, juventude e todo o percurso de vida de trabalho, está moldado pelas condições sociais e económicas que o sistema capitalista faz condicionar. Refletir este processo implica olhar para o Capital enquanto sistema socio metabólico que é hegemónico e molda a estrutura de produção e reprodução do processo de envelhecimento.
Recentemente a criação de novas imagens sociais da velhice incorporam esta fase como uma nova etapa de lazer e bem-estar ou reconversão laboral, configurando-se assim uma criação de um novo espaço de possível negócio, conservando as relações sociais centradas na ideia de troca. Por outro lado, a perspetiva de que o idoso é um beneficiário de apoios para colmatar as consequências do período em que foi uma engrenagem ativa do processo de produção com políticas sociais neoliberais onde as redes de apoio informais são dominantes e socialmente pressionadas a agir, em que a família é condicionada moralmente a ser responsável. O idoso deixa de ser um ator social e passa a ser um figurante beneficiário.
É nesta perspetiva marxista de reflexão que se pretende refletir o processo e condição de velhice, em que o idoso deixa de ser parte da lógica de produção capitalista, pois não está mais ativo na geração de mais-valia. Qual o papel do idoso nesta nova fase? Será esta de facto uma nova fase ou a consequência de uma fase continuada da sua vida? Como pode esta reflexão converter-se em processos de mudança social concreta?
Nuno Veludo
Abordar-se-ão alguns mitos associados ao processo de envelhecimento, nomeadamente, a associação entre o envelhecimento a doença e a diminuição de capacidades; o mito de que o envelhecimento começa aos 65 anos; o idadismo; a correlação entre gastos em saúde e segurança social e envelhecimento.
Enunciar-se-ão as respostas (e respetivas limitações) da saúde e segurança social para as pessoas mais velhas e dependentes.
Apresentar-se-ão os eixos estratégicos para o envelhecimento ativo e saudável.
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