SET 15, 2021
Fernando Valverde - UOL. Confira matéria original aqui.
De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil caminha para ter uma nova pirâmide populacional. O órgão estima que a faixa etária acima dos 65 anos deve saltar dos atuais 15 milhões para até 60 milhões em 2060, um número quatro vezes maior.
Já em 2040, a média de idade dos funcionários do mercado de trabalho é estimada em 45 anos, o que tem ligado o alerta para a necessidade de políticas públicas e práticas de gestão nas organizações, que sejam capazes de priorizar e valorizar os profissionais acima de 50 anos e garantir uma vida longeva e produtiva na carreira com o avanço da idade.
Em entrevista para o programa Isso é Bahia da rádio A TARDE FM (103.9) nesta quarta-feira, 15, o diretor-executivo da Damicos Consultoria e co-autor do livro "Diversidade Geracional: Mutações, transformações e impactos dos 50+ nas organizações e sociedade", Fábio Rocha, falou um pouco mais sobre o assunto e sobre o livro, escrito em parceria com a professora e consultora em carreira Maiza Neville, que será lançado nesta quarta.
Na obra, os autores discutem o mercado de trabalho para esta faixa etária, planejamento e gestão de carreira, os ativos desse grupo e dão dicas de como desenvolver o Mindset da Longeratividade e quais são suas características. Além disso, apontam como as organizações estão percebendo e lidando com os 50+.
"É um movimento para que coloquemos em pauta nas organizações e na políticas públicas a presença dessas pessoas de 50 anos ou mais. E que elas possam fazer uma releitura profissional e ter uma nove ideia para sua vida e carreira", pontuou.
De acordo com ele, a necessidade de uma transição de uma mão de obra mais jovem para uma mais avançada enfrenta movimentos ainda "tímidos" do mercado e que isso é um ato "pouco inteligente" do mercado e da sociedade.
"Esse público tem grandes ativos e passou muitas coisas. Viveu ciclos de carreira diferentes de uma maneira geral. Então, ele está muito mais preparado para situações de desafio, pressão e mudanças e acho que a gente ainda não acordou para esse tema. A diversidade geracional é algo obrigatório, tanto pelo fato de as organizações conviverem com cinco gerações diferentes dentro de uma mesma empresa, como também pela ideia de que necessariamente as pessoas farão 50 anos ou tem mais a menos que essa idade. Não é algo passível de escolha", pontuou. "É uma grande economia a ser explorada. Pessoas que se não forem incluídas dentro do ciclo produtivo, a sociedade terá grandes perdas e precisará pagar essa conta".
Ainda de acordo com Rocha, a resistência de empresas em dar oportunidades para pessoas dessa faixa etária pode ser caracterizada como uma 'falta de entendimento' para medias as diferenças entre as gerações e as oportunidades e diferentes cenários que se originam disso.
"A diversidade geracional é uma realidade. Precisamos saber transformar os conflitos de gerações em algo positivo. Entender ela como algo que pode estimular a competitividade.
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