NOV 03, 2022
Sofia Correia Baptista - Expresso. Confira matéria original aqui.
No Congresso Internacional sobre Economia da Longevidade, mundo laboral e desafio demográfico foram dois dos temas abordados.
Os especialistas que estiveram reunidos no Congresso Internacional sobre Economia da Longevidade, que decorreu em Salamanca (Espanha), concordaram sobre a necessidade de reivindicar a longevidade como uma nova categoria económica, tendo em conta o impacto nas diferentes gerações.
A secretária de Estado do Desenvolvimento Regional defendeu que a realização do congresso “demonstra o potencial e a urgência desta temática, para todos, enquanto sociedade”. Numa intervenção à distância, Isabel Ferreira apontou que Portugal e Espanha “estão entre os países com as populações mais longevas, pelo que é essencial tomar as medidas necessárias para construir uma verdadeira economia da longevidade, com uma estratégia, uma nova abordagem e uma nova categoria económica com todas as oportunidades que ela oferece”, cita o comunicado da organização.
A diretora da Divisão para o Desenvolvimento Social Inclusivo do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas, Daniela Bas, relembrou que a economia da longevidade foi abordada pela primeira vez pela organização em 1948. Dada a previsão de que “o número de pessoas com mais de 65 anos duplique nas próximas décadas”, a responsável considera que “haverá uma mudança nos hábitos de consumo e também mudanças no trabalho devido a uma maior produtividade”.
Ainda a propósito do mundo laboral, a professora da IE Business School, Concepción Galdón, referiu que a longevidade “gera um tipo de emprego que não é fácil de automatizar, um emprego de qualidade, intensivo em empatia e criatividade”. O advogado Martín Hermoso Fernández salientou que “o mercado de trabalho caracteriza-se por uma elevada discriminação dos mais velhos” e o professor Pablo Antonio Muñoz Gallego, da Universidade de Salamanca, afirmou que “a esperança de vida passa pelo facto de as pessoas trabalharem mais alguns anos de forma incentivada, sem desperdiçar o capital que têm”.
Já a investigadora do Centro Internacional sobre o Envelhecimento (CENIE), Irene Lebrusán, destacou que, no futuro, irá existir “uma maior coexistência intergeracional com relações mais longas”, ao mesmo tempo que Ana João Sepúlveda, da 40+Lab, realçou que “não é possível mudar a demografia, pelo que devemos começar pela economia”.
O congresso, organizado pelo CENIE, foi encerrado pelo diretor da Fundação Geral da Universidade de Salamanca, Óscar González Benito, que reforçou a importância dos dois dias em que se analisaram “os fatores para que a longevidade seja compatível com o bem-estar económico”.
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