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Feminização da velhice: mulheres idosas são maioria no Brasil

MAR 13, 2022

Edição - Jornal Tribuna. Confira matéria original aqui.


Com a diminuição da taxa de fecundidade e o aumento da expectativa de vida feminina, elas são maioria no país


De acordo com a Revisão de 2022 das Perspectivas da População Mundial com estimativas e projeções populacionais oficiais das Nações Unidas preparadas pela Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais do Secretariado das Nações Unidas, em 2052 o Brasil deve ter o maior superávit de mulheres idosas, o que corresponde à cerca de 7 milhões a mais que os homens.


Até os anos 1940, a população brasileira era predominantemente masculina e jovem, porém esse cenário vem mudando ao longo dos anos. Com o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa de fecundidade, houve o crescimento da população de idosos no país.


Essa longevidade tem se mostrado mais evidente entre as mulheres, já que em todo o mundo, os homens tendem a ser menos longevos, porque são proporcionalmente mais atingidos pela violência urbana e apresentam uma preocupação menor nos cuidados com a saúde.


“Cada vez mais temos evidências que comprovam a importância de bons hábitos de vida, como a adoção de uma alimentação equilibrada (rica em vegetais e alimentos mais próximos do natural e pobre em industrializados) e a realização de atividade física de forma regular, assim como a importância da realização de exames preventivos indicados não só no aumento da sobrevida, mas proporcionando uma sobrevida mais saudável e com mais qualidade”, afirma a médica geriatra Dra. Polianna Souza, cofundadora do canal Longidade.


Como resultado desse conjunto de fatores, os homens brasileiros passaram a viver, em média, 7,1 anos a menos do que as mulheres. Segundo um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos EUA, a pandemia aumentou em cerca de 9,1% a diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres.


Entre os eleitores, as mulheres 60+ também são maioria. De acordo com dados de 2022 do Tribunal Superior Eleitoral, atualmente o eleitorado brasileiro é formado por 53% de mulheres contra 47% de homens, uma diferença que totaliza quase 8 milhões de pessoas. No mercado de trabalho elas também ganharam um espaço maior, mas ainda há muitas mudanças a serem realizadas.


“A presença de mulheres no mercado de trabalho cresceu, porém ainda há muitos desafios quando o assunto é a igualdade entre homens e mulheres no trabalho, e isso não é diferente para as 60+. Tomemos como exemplo a diferença entre os salários, que das mulheres são em média 79,5% do salário dos homens. Ainda há muito que se melhorar”, explica José Silva Junior, empresário na área de Marketing e Consultoria em negócios e cofundador do canal Longidade.


E os números não param de crescer. Estimativas da ONU indicam que, nos padrões atuais, o Brasil terá cerca de 184,5 milhões de habitantes em 2100, no início do século 22. Desse total, 73,3 milhões — 40% da população — terão mais de 60 anos, sendo a maioria dela composta por mulheres – quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens. Hoje, o público 60+ representa 14,7% da população residente no Brasil, de acordo com dados de 2021. Em números absolutos, são 31,23 milhões de pessoas.


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