MAI 24, 2022
Kellen Rodrigues - Marie Claire. Confira matéria original aqui.
Ana Bavon, Cristina Naumovs e Ciça Sampaio discutiram como os grupos de afinidade podem melhorar a experiência no trabalho no terceiro dia do Power Trip Summit
Ana Bavon, Cristina Naumovs e Ciça Sampaio durante o Power Trip Summit (Foto: Bléia Campos)
Como os grupos de afinidade podem influenciar a cultura das empresas e melhorar a experiência de trabalho? Essa foi a questão levantada no debate A importância dos hubs de gênero e diversidade dentro das empresas, no terceiro e último dia do Power Trip Summit, de Marie Claire.
"Os grupos de afinidade nasceram mais como uma necessidade de fornecer um ciclo de confiança entre as pessoas", afirma Ana Bavon, advogada especialista em estratégias de equidade, inclusão e gestão das diversidades. "Hoje os grupos são uma ferramenta para promoção de equidade, mas não são e não devem ser para estratégia de resultados especificos que impactam no bussiness", defende.
Ana Bavon durante o Power Trip Summit (Foto: Bléia Campos)
Na mesa mediada pela editora executiva Natacha Cortêz, Cristina Naumovs, consultora de criatividade, inovação e comunicação, destacou que os grupos de afinidade não podem servir para as empresas "ficarem bonitas na foto, para dizer que a gente é legal". No e tanto, seja lá pela motivação que for, é importante agir. "A razão que você vai fazer não me importa, importa que você faça", disse ela, que trouxe uma provocação às líderes presentes.
"Precisamos tomar uma decisão agora que a caneta está na nossa mão. Ou a gente se organiza ou estaremos aqui no ano que vem discutindo a mesma pauta", afirmou. "Precisamos dar uma acelarada nessa história, não pode ser só para eu acelerar a minha carreira. Para quem não conseguiu passar pela porta de entrada (das empresas), nós precisamos segurar com o pé essa porta para essas pessoas passarem", disse.
Cristina Naumovs durante palestra do Power Trip Summit (Foto: Bléia Campos)
Ciça Sampaio, gerente de parcerias estratégicas da Meta para América Latina, afirmou que é preciso buscar aliados. Se uma mensagem dita por ela, uma mulher, não terá o mesmo efeito que dita por um homem a outro sobre o tema violência, por exemplo, é preciso pensar em ações. "Por que a gente não faz uma campanha para homens? Como posso chamar esse aliado pra ele vir com a gente? De homens para homens, como a gente transforma e interrompe o ciclo de violência?", disse ela, que anunciou uma parceira com o site Papo de Homem.
"Grupos de afinidades deveriam ser a cultura da empresa, não uma área específica. Todo mundo deveria falar, assim como inovação, criatividade etc em todas as áreas da companhia. Não deveríamos parar para falar isso, mas ser todo o tempo", disse Cris. "A gente tem que ter vergonha de estar numa sala que só tem jeito parecida com a gente".
Ciça deixa um convite. "Acredito que nossos grupos são para derrubar pautas que não deveriam ser permitidas porque a gente quer falar sobre tudo. Deixo um convite: se vocês já têm grupos de afinidade, entrem em contato com mulhers da indústria, vamos fazer uma coligação juntas, pode ser super poderoso", disse.
Ciça Sampaio durante o Power Trip Summit (Foto: Bléia Campos)
Comentários