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Medo de envelhecer pode evoluir para depressão; entenda os sinais

AGO 19, 2022

Beatriz Gomes - Repórter Diário. Confira matéria original aqui.



A partir do momento em que sinais de envelhecimento, sejam doenças ou rugas, se tornam um medo para uma pessoa e ela se torna obcecada em parecer mais jovem, pode ser um sinal de depressão, segundo o psicólogo e coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Thiago dos Reis Hoffman. Segundo o especialista, a partir dos 60 anos, é esperado passar pela aposentadoria, porém no momento em que o medo da inutilidade profissional domina o ser humano, é considerado um sinal de alerta.


Hoffman afirma ainda que, ao envelhecer, existe uma redução do contato social, mas este fator não pode se tornar um sentimento de solidão. “Se esse sentimento toma conta da pessoa e se torna um problema, também poderá ser um gatilho. Com a morte é a mesma coisa. Sabemos que vamos morrer um dia, mas o medo irracional que compromete o dia-a-dia pode ser um outro fator que causa a depressão”, alerta.


De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest (2017), nove a cada 10 brasileiros têm medo de envelhecer. O psicólogo explica que gerontofobia é o nome dessa síndrome que define o medo excessivo do processo de envelhecimento. Os sintomas afetam os pensamentos e causam ansiedade.


No geral, a pessoa acometida por essa fobia tem sentimentos depressivos e a perspectiva do futuro é sempre negativa. Sendo assim, não consegue sonhar nem imaginar algo agradável longe da juventude. “O medo faz parte do convívio do ser humano, é uma maneira de prevenção e não é um problema, no entanto, o medo patológico é um grande problema. O medo excessivo existe quando a sensação evolui para uma sentimento mórbido e gera situações de risco”, expõe.


O medo excessivo e desproporcional da terceira idade pode começar até mesmo na adolescência. A preocupação está relacionada com a reflexão sobre a proximidade da morte e com a dificuldade em lidar com as mudanças do corpo. “O envelhecimento não pode ser atrelado exclusivamente ao adoecimento ou ao fim da vida. Essa é apenas mais uma fase da vida, que não é pior nem melhor do que as outras e carrega seus privilégios e benefícios”, considera o psicólogo.


Outros fatores que podem influenciar esse quadro são cobranças sociais que acontecem a adultos sem filhos ou pessoas que ainda não atingiram o sucesso profissional. Como explica o docente da Anhanguera, a corrida para alcançar o status imposto culturalmente pela sociedade pode desencadear traumas e doenças emocionais. O acompanhamento psicoterapêutico é recomendado em casos extremos relacionados a essa preocupação.


Ao ser questionado sobre como proceder ao identificar os sintomas citados, Hoffman diz que o primeiro passo a ser tomado é ter consciência sobre o processo de envelhecimento. O especialista esclarece também que este processo começa a ser notório ao se deparar com ele, seja em um espelho ou ao olhar para si mesmo. “A partir do momento que enxergo o envelhecimento como um problema, devo procurar ajuda. Existe muitas formas para conseguir isto, procurando um psicólogo ou psiquiatra, mas sempre optar pela prevenção”, finaliza.

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