SET 29, 2022
Varejo S.A. Confira matéria original aqui.
*Com colaboração de Ester Cavalcante
O mundo se digitalizou e as tecnologias de processamento de dados estão cada vez mais rápidas, e em meio há tantas inovações, as pessoas que foram alfabetizadas digitalmente enfrentam o etarismo – preconceito contra pessoas mais velhas – no mercado, seja como cliente, seja como profissional.
“Envelhecer hoje em dia – e para aqueles idosos que mal tiveram condições de aparecer nas escolas – pode significar exclusão digital e isolamento social. A revolução digital transformou os modos de produção do saber e as formas de comunicação, e muitos idosos ficaram à margem desta inovação”, lembra Lucila Egydio, consultora em Desenvolvimento e Sustentabilidade. “Precisamos ter conhecimentos no digital e buscar por coisas novas para se atualizar, destaca.
Para Marcia Cunha, fundadora da Plenapausa, o envelhecimento tem um peso ainda maior para as mulheres. Inclusive, muitas empreendedoras maduras enfrentam descrédito e preconceito ao decidir empreender depois dos 50 anos.
“Nós, mulheres, vivemos uma vida apontada pela idade: na adolescência, somos limitadas para algumas coisas. Ficamos mocinha, e é um tal de não pode isso e nem aquilo. Depois, na nossa juventude, há uma pressão de que somos muito novas para ser mãe. Já aos trinta, vem aquela pressão para sermos mãe; e, finalmente na menopausa, a gente é colocada em um lugar de não reprodutiva”, lista a empreendedora.
O etarismo no mercado foi tema da palestra “Mulheres maduras: como lidar com as questões que surgem com a idade”, realizada nesta quarta-feira (28/09), dentro do 11º Fórum RME, que vai até amanhã (30), em São Paulo, com o tema “Colaboração: mulheres singulares, potência plural”. O evento de empreendedorismo feminino e geração de renda para mulheres do Brasil é realizado pela RME – Rede Mulher Empreendedora e tem transmissão online e gratuita.
Consumidor maduro O painel também contou com a presença de Silvana Inácio, diretora na SI Comunicação, que conduziu a conversa; e Fran Winandy, especialista em Diversidade Etária.
As palestrantes também lembraram que hoje as empresas devem estar preparadas para atender a este consumidor mais maduro, se não quiser perder vendas ou negócios. E isso significa, entre outras coisas, alguns cuidados simples, como ter um acesso seguro à loja física, com barras de segurança e rampas, e imagens que possam ser ampliadas e fontes de fácil leitura nos sites das empresas.
“Quando falamos da tecnologia para a terceira idade, o conceito envolve vários aspectos, como propriedade do conteúdo, a rapidez no carregamento de um site e uma boa descrição das imagens”, comenta Fran Winandy, que alerta ainda: “na medida que envelhecemos, é natural que nossos sentidos e flexibilidade fiquem mais comprometidos. Deste modo, as empresas não podem mais achar que (facilitar) o acesso (para o público maduro) é um recurso adicional e que pode ser ou não incluído em seu produto digital”.
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