JAN 12, 2022
Nações Unidas. Confira matéria original aqui.
UNFPA Vietnam - Número de pessoas com 65 anos ou mais no mundo deve dobrar, passando de 761 milhões em 2021 para 1,6 bilhão em 2050
Número de pessoas com mais de 65 anos deve dobrar até 2050, chegando a 1,6 bilhão; expectativa média de vida também vem subindo; estudo do Departamento para Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas alerta para a necessidade de investimentos e políticas públicas para atender demandas de um mundo em envelhecimento.
O número de pessoas com 65 anos ou mais no mundo deve dobrar, passando de 761 milhões em 2021 para 1,6 bilhão em 2050. Como o mundo continua enfrentando múltiplas crises, incluindo o aumento do custo de vida, os direitos e o bem-estar dos idosos deve estar no centro dos esforços coletivos para alcançar um futuro sustentável.
Essa é a conclusão do Relatório Social Mundial 2023, divulgado nesta quinta-feira pelo Departamento para Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, Desa.
© UNFPA China - Estudo afirma que o envelhecimento é uma tendência global que define o tempo atual
Vidas mais longas e saudáveis trazem oportunidades de desenvolvimento O estudo afirma que o envelhecimento é uma tendência global que define o tempo atual. Globalmente, um bebê nascido em 2021 pode esperar viver, em média, quase 25 anos a mais que um recém-nascido de 1950, chegando a 71 anos, com mulheres vivendo cerca de cinco anos a mais que os homens.
No Norte da África, Ásia Ocidental e África Subsaariana, a expectativa é que o crescimento no número de idosos nas próximas três décadas seja o mais rápido. Já Europa e a América do Norte juntas possuem atualmente a maior parcela de idosos.
Segundo o relatório, melhorias na saúde e terapias médicas, maior acesso à educação e as reduções na fecundidade impulsionaram essa transformação.
Desigualdades num mundo em envelhecimento O subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais, Li Junhua, afirma que em união é possível “abordar as desigualdades de hoje em benefício das gerações de amanhã, gerir os desafios e capitalizar as oportunidades que o envelhecimento da população traz”.
O relatório aponta que nem todos se beneficiaram igualmente das melhorias na saúde e na educação que impulsionaram o envelhecimento populacional. Enquanto muitas pessoas idosas têm excelente saúde ou são economicamente ativas, outras vivem com doenças ou na pobreza.
Em regiões mais desenvolvidas, sistemas públicos de transporte, pensões e cuidados de saúde, fornecem mais de dois terços do consumo dos idosos. No entanto, nas menos desenvolvidas, os idosos tendem a trabalhar por mais tempo e dependem mais de bens acumulados ou assistência familiar.
Além disso, o gasto público na maioria dos países não tem sido suficiente para cobrir a procura crescente de cuidados de longa duração.
Expectativa de vida O estudo aponta que a expectativa de vida é fortemente influenciada por renda, educação, gênero, etnia e local de residência, entre muitos outros fatores. Algumas combinações destes fatores muitas vezes levam a uma desvantagem sistêmica que começa cedo na vida. De acordo com o levantamento, sem políticas de prevenção, as desvantagens sistêmicas se reforçam mutuamente ao longo da vida. A situação leva a grandes disparidades nas idades mais avançadas, com consequências para o progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo o ODS 10 sobre Redução das Desigualdades.
Recomendações para o futuro O estudo recomenda que essa mudança demográfica deve seja enfrentada com um repensar de políticas e práticas de longa data associados à renda e ao trabalho.
Em seu relatório Nossa Agenda Comum, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pede por iniciativas de longo prazo que promovam o acesso a qualidade de educação, saúde e trabalho digno ao longo da vida para todos.
Muitos países já estão introduzindo oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, fortalecendo e aproveitando ao máximo as forças de trabalho intergeracionais e implementando idades de aposentadoria flexíveis para acomodar diversas situações e preferências pessoais.
Equilíbrio de orçamentos e redução de desigualdade O estudo da ONU conclui que é necessário repensar os sistemas de proteção social, incluindo os regimes de pensões. Um importante desafio é manter a sustentabilidade fiscal dos sistemas públicos de pensões, garantindo segurança de renda para todos os idosos, incluindo trabalhadores em empregos informais.
Ampliar as oportunidades de trabalho decente para mulheres e outros grupos tradicionalmente excluídos do mercado de trabalho formal, reconhecendo também a considerável contribuição do setor de cuidados informais para a economia formal, são elementos cruciais adicionais para garantir crescimento econômico sustentável e inclusivo em um mundo que envelhece.
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