SET 14, 2022
Diego Cidade - Exame. Confira matéria original aqui.
Diego Cidade, fundador da Academia do Universitário, explica como a mistura de profissionais de diferentes gerações não deveria ser vista como um embate
(Getty/Getty Images)
Com o aumento da expectativa de vida e consequentemente, a maior necessidade de trabalhar por mais tempo, há uma convivência inédita de praticamente quatro gerações no ambiente profissional.
Entretanto, o ponto é, o desenvolvimento e promoção de um ambiente organizacional cada vez mais diverso e inclusivo, é a meta de muitas empresas, ou seja, inclui diversidade de: geração, capacidades físicas e mentais, orientação sexual, religião, étnico-racial, classe social, gênero e outras.
A pesquisa “Diversidade, equidade e inclusão nas organizações”, realizada pela Deloitte em 2021, contou com 215 empresas e mostra que praticamente metade (49%) tem uma área dedicada à diversidade, equidade e inclusão (D&I).
Mas por que o mix de gerações é visto como um embate interno nas empresas e a diversidade é vista como algo positivo e necessário?
Está se tornando comum pautas sobre o embate de gerações no ambiente de trabalho, e como essa questão pode estar sendo vista de forma negativa em organizações, por ser um desafio para a área de Recursos Humanos.
O conceito de diversidade se refere às diferentes formas de se pensar o trabalho e as organizações, assim como de se abordar as situações a ele relacionadas, que são profundamente enraizadas nas identidades sociais, que demanda então uma reinterpretação dos estereótipos do que é envelhecer.
De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela consultoria Universum, as gerações do mercado de trabalho possuem seus pontos de divergência, mas também possuem pontos de convergência.
Quando analisado o aspecto liderança no ambiente de trabalho, assumir um cargo de liderança é essencial para 61% dos entrevistados da geração Y, para também 61% da geração Z e 57% da X.
Além disso, todas as gerações demonstraram preocupação em relação a conseguir adaptar suas personalidades no ambiente de trabalho (50% nas gerações Y e Z e 40% na geração X). O que mais incomoda a geração X em geral é não poder aproveitar a aposentadoria, ficar preso sem oportunidades ou não ter estabilidade no trabalho.
As empresas precisam ter uma ótica positiva sobre a integração geracional
Não deixa de ser um desafio para o RH, entretanto, saber lidar com as divergências de perfil comportamental identificadas entre as gerações é essencial e deve ser incentivado pela alta liderança.
Afinal, o cenário ideal de uma organização, que preza pelo trabalho em equipe e em um ambiente colaborativo, é de que as tarefas de um processo ou projeto sejam realizadas por pessoas com habilidades diferentes que, somadas, ofereçam uma solução completa.
Apesar de as empresas estarem avançando em suas práticas e políticas de inclusão, a próxima fronteira é ir além dessa representatividade nos cargos iniciais, e levar os grupos minorizados aos postos de liderança.
Em 23% das empresas pesquisadas pela Deloitte as mulheres ocupam mais da metade dos cargos de liderança. No entanto, os demais grupos minorizados em geral ocupam menos de 5% desses postos: pessoas com deficiência (39%), LGBTQIA+ (29%), raças e etnias (26%) e geracional (20%).
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