JUN 03, 2022
Letícia Paludo - Donna. Confira matéria original aqui.
Cinco décadas na bagagem e ainda uma longa jornada pela frente
Eunice Casagrande aprendeu a pilotar motos e hoje faz parte de grupos de amantes das Harley-Davidson
Mateus Bruxel / Agencia RBS
Ilienara Cristina Karas se tornou maratonista
Alessandro Butzge Oliveira / Foco Radical
Enice Mariani voltou a estudar, abriu negócio e fez tatuagem
Enice Mariani / Arquivo Pessoal
“Aos 50 anos, a mulher tem uma necessidade quase vital de colocar a vida num outro rumo”. Esta frase é umas das descobertas que a antropóloga Mirian Goldenberg fez ao longo de 30 anos pesquisando envelhecimento e felicidade, focando principalmente na vida das mulheres brasileiras.
E você talvez já tenha conhecido alguma que, ao chegar nesta faixa etária, se permitiu trocar de profissão, mudar de país, viver um novo amor, fazer coisas que possivelmente estiveram engavetadas por muitos anos, e só agora tiveram espaço para acontecer.
Para este especial (leia as histórias completas clicando nos links ao final deste texto), conhecemos três histórias bem diferentes entre si, mas com expoentes em comum que se mostraram ao longo das entrevistas, em frases como “É a melhor fase da minha vida”, “Nunca dei tanto valor às amizades como agora” e “Hoje eu sou mais eu mesma”.
— Assim como em estudos mundiais que mostram a chamada “curva da felicidade”, eu encontrei na minha pesquisa que o “fundo do poço” da felicidade é em torno dos 45 anos. Depois disso, a curva começa a subir porque a mulher tem uma urgência do tempo. Você para de se comparar e de ficar focando no que te falta para começar a valorizar o que tem. Há uma segurança maior para ser você mesma e uma urgência de viver a vida como bem entender — afirma Mirian.
Segundo a antropóloga, entre os múltiplos fatores que podem pesar para que ocorra uma “virada” na vida ao longo desta fase estão a maturidade emocional e a chegada da menopausa, que é uma revolução física simbólica. Somam-se a isso, para muitas, a liberdade financeira, o fato de os filhos terem crescido e a estabilidade no relacionamento.
— Os 50 são a hora de dizer: “Não preciso tanto de aprovação e reconhecimento, vou ser eu mesma e f*da-se” — diz Mirian. E explica: — Não é que elas mudem totalmente. Elas simplesmente deixam de viver para agradar os outros, ser o que os outros querem. Elas têm mais confiança, mais independência econômica e afetiva, e urgência de usar o tempo para si. Isso porque, durante a vida inteira, muitas o usaram para os outros, sem reservar tempo para cuidar de si, dos próprios prazeres e realizações — pontua.
Conheça as histórias de mulheres que protagonizam revoluções particulares na maturidade:
Da carona ao comando: Eunice Casagrande dirigiu sua primeira moto Harley-Davidson depois dos 50
Aos 61 anos, Enice Mariani vem tirando sonhos da gaveta: faculdade, negócio próprio e tatuagem já são realidade
Maratona, casa na praia e realização: Ilienara Karas revolucionou a vida na maturidade
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