top of page
Foto do escritorkoala hub

Saiba por que somos mais sujeitos a tonturas ao envelhecer

JUL 03, 2022

Redação - O Sul. Confira matéria original aqui.


Tontura, desequilíbrio, visão turva, vertigem. A sensação varia, sempre assusta e se torna mais frequente à medida que envelhecemos. (Foto: Reprodução)


Tontura, desequilíbrio, visão turva, vertigem. A sensação varia, sempre assusta e se torna mais frequente à medida que envelhecemos. Mas a boa notícia é que, na maioria das vezes, não se trata de nada grave, como afirma a otorrinolaringologista Patricia Ciminelli, mestra e doutora pela UFRJ e coordenadora do ambulatório de zumbido e otoneurologia do hospital universitário da universidade.


– O que é a tontura? Em primeiro lugar, é importante explicar que tontura não é doença, é um sintoma que deve ser investigado porque há diversas causas para sua ocorrência. Há alguns anos, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia fez inclusive uma campanha para as pessoas deixarem de se referir a qualquer problema de tontura como se fosse labirintite – essa, sim, uma enfermidade que se caracteriza pela inflamação do labirinto. Cada um vai descrever o que sente de forma subjetiva, por isso nós, médicos, valorizamos duas coisas. A primeira é a questão temporal, ou seja, a frequência e duração dos episódios. A segunda são os gatilhos que provocam a tontura. Acontece quando o paciente se deita ou se vira na cama? Ou somente quando se levanta?


– Por que idosos ficam tontos com maior frequência? Para começar, vale uma explicação sobre nosso equilíbrio, que está baseado num tripé. O primeiro eixo é o labirinto, uma região da orelha interna responsável pela detecção do movimento: é dali que partem as informações para o cérebro quando nos mexemos ou nos deslocamos. O segundo é a visão, que nos mostra o ambiente no qual estamos. A terceira parte do tripé é a propriocepção, a capacidade de reconhecer a localização espacial do próprio corpo. Essa habilidade depende de vários fatores, como força muscular, firmeza das articulações, tato da planta do pé, enfim, trata-se de um conjunto de mensagens para o cérebro. O envelhecimento afeta todo o sistema. O labirinto envelhece e deixa de funcionar tão bem como nosso “radar”. Há diminuição da acuidade visual e incluiria o impacto da perda de audição. No que diz respeito à propriocepção, perdemos massa e força muscular, surgem problemas nas articulações. Ainda é preciso levar em conta as doenças reumatológicas e o diabetes, que compromete a sensibilidade dos pés, por causa das neuropatias periféricas. Entre os idosos, 20% dos acima de 60 anos apresentam algum tipo de limitação funcional por causa das tonturas. O emocional também desempenha papel relevante: o sentimento de ameaça e a insegurança geram mais tonturas.


– Há alguma boa notícia para os mais velhos? Sim! A maioria vai precisar apenas de ajustes e exercícios, existe fisioterapia para o labirinto e melhora dos reflexos. Musculação é fundamental para recuperar força e massa muscular. Outra frente na qual atuamos é tentar diminuir o excesso de medicamentos, conhecido como polifarmácia, que pode provocar sonolência e comprometer o equilíbrio. Normalmente as doenças de labirinto são benignas. Quando há algum distúrbio, a percepção sobre o movimento fica alterada e temos uma ilusão rotatória, a sensação de tudo estar girando ao nosso redor. A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é a causa mais comum de tontura em todas as idades e aumenta com o envelhecimento. Uma manobra feita no consultório resolve o transtorno, sem necessidade de medicação. Enxaquecas podem se manifestar no labirinto, assim como a síndrome de Ménière, que é acompanhada de tontura e zumbido, por causa da compressão do líquido, chamado endolinfa, que existe no interior do labirinto.


– Que sintomas devem servir de alerta sobre algo mais grave? O que merece atenção imediata é a tontura com outros sintomas neurológicos, como alteração na mobilidade, na mímica facial, se a pessoa tem dificuldade para falar, ou para deglutir. Qualquer quadro agudo de vertigem, súbita e incapacitante, também é caso de emergência.


– Qual a melhor forma detectar precocemente tais distúrbios? O ideal é ir ao otorrinolaringologista anualmente. Uma boa audição nos ajuda a nos localizarmos, auxilia no controle postural. Boa parte dos idosos que cai já tinha um transtorno de labirinto que não havia sido detectado. Qualquer problema diagnosticado e tratado precocemente traz mais benefícios do que quando isso dá num estágio mais avançado. As informações são do portal de notícias G1.

0 visualização0 comentário

Comments


bottom of page