Ser velho não é doença
- koala hub
- 14 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
MAI 30, 2022
Izabel Cavalcante - Diário do Nordeste. Confira matéria original aqui.

Legenda: Izabel Cavalcante é diretora da Universidade Sem Fronteiras (UNISF)
Muito se fala sobre envelhecer e as dicas para um bom envelhecimento. Praticar atividades físicas, alimentar-se bem e cuidar da saúde mental. De fato são alguns dos fatores primordiais, mas ainda pouco se fala sobre o direito de, de fato, envelhecer. Aquele onde você não precisa esconder a idade, maquiar os traços que refletem a maturidade com plásticas e procedimentos estéticos invasivos e sem dúvidas, se sentir deslocado ou sem utilidade.
O número de idosos em nossa sociedade só cresce, as pessoas estão vivendo mais e tomando consciência da importância de tentar viver melhor. Hoje, uma pessoa de 60 anos ainda tem toda uma possibilidade pela frente, seja através do mercado de trabalho, atuando em cargos de destaque ou na possibilidade de adquirir novos conhecimentos e experiências de vida através de cursos, grupos de estudos, viagens e afins.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2030, o Brasil terá a quinta população mais idosa do mundo; e, de acordo com o primeiro teste nacional de censo demográfico de 2022 do IBGE, dependendo da região do Brasil, um em cada quatro habitantes é idoso. Por isso, precisamos nos perguntar agora sobre como estamos nos preparando para envelhecer e como estamos acolhendo as pessoas idosas ao nosso redor. Incentivá-los a criar novos hábitos, buscar aprendizados e o convívio social são determinantes para o envelhecimento saudável.
Dentre estes, vale redobrar a atenção no último fator que fez tanta falta para o grupo idoso durante a pandemia: a socialização. Muitos deles regrediram cognitivamente devido à ausência de convívio e a impossibilidade de seguir a mesma rotina de dois anos atrás. Por isso, este é o momento ideal de voltar à atenção para uma categoria tão importante em nossa sociedade, dotada de lembranças e experiências que merecem serem compartilhadas e ouvidas. Ser velho não é doença e não deveria ser motivo de constrangimento ou boicote pessoal, deve ser a cada dia motivo de orgulho e satisfação. Que com urgência as gerações atuais consigam entender que o envelhecimento faz parte do ciclo de uma boa vida vivida intensamente, para que no futuro possamos aproveitá-lo da melhor maneira possível. Izabel Cavalcante é diretora da Universidade Sem Fronteiras (UNISF)
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