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Sexo depois dos 50: tabu ainda fora do radar

MAI 27, 2021

Mariza Tavares - Bem Estar. Confira matéria original aqui.


Evento discute a falta de iniciativas para garantir a qualidade das relações íntimas entre os mais velhos


Retomando os temas abordados no seminário on-line Healthspan Show, ocorrido no meio do mês e que foi objeto das colunas passadas, o assunto hoje é sexo depois dos 50. “Todos os estudos mostram a relação entre sexualidade e saúde mental. Quem não pensa assim certamente mudará de opinião quando chegar a essa idade”, afirma Adam Lewis, CEO da Hot Octopuss, empresa londrina de brinquedos eróticos. Na sua opinião, há uma ênfase excessiva na faixa etária entre 25 e 35 anos, quando os acima de 50 representam um mercado gigantesco: “são pessoas com mais dinheiro e que, com os filhos criados, conseguem dar mais atenção à sua vida sexual”. Ele estima que 35% dos seus consumidores estão nesse grupo e querem se sentir retratados, tanto que mantém um blog com uma seção dedicada ao sexo maduro. “Procuramos refletir as experiências que estão tendo. Entre os homens, o pênis pode não estar funcionando tão bem; as mulheres enfrentam lubrificação vaginal menor, mas isso não é impedimento para ter prazer”, completou.


Casal maduro: sexualidade está relacionada à saúde mental — Foto: Michelle Maria para Pixabay


Elizabeth Gazda é CEO da Embr Labs, empresa que vende uma espécie de pulseira capaz de controlar a temperatura corporal e amenizar as ondas de calor da pré e pós-menopausa. O dispositivo é capaz de resfriar (ou aquecer, se for o caso) a região do pulso, criando uma resposta natural do organismo que amplifica esta sensação. Com frequência esses calores interrompem o sono e, num efeito cascata, alteram a disposição e prejudicam a libido. Segundo a executiva, o bem-estar da mulher de meia-idade continua fora do radar: “há uns três anos, ninguém falava de menopausa, não era ‘sexy’, mas as mulheres da geração X (nascidas entre meados da década de 1960 e 1980) estão chegando lá e demandam qualidade de vida. Os investidores deveriam entender que a saúde e o desejo femininos não são um nicho. Nós representamos 50% da população do planeta!”.


Em sua cruzada pelos idosos, Jackie Marshal-Cyrus – que já foi tema deste blog – enfatizou a importância de se mudar a narrativa sobre sexo inclusive nas instituições de longa permanência: “a sexualidade é um direito fundamental do ser humano, mas permanece um tabu no campo do serviço social”. Ela diz que os profissionais de saúde costumam partir do princípio de que os mais velhos ficarão embaraçados e não se sentirão à vontade falando de sexo: “isso não passa de uma projeção de quem deveria estimular uma conversa aberta sobre o assunto. Pela minha experiência de décadas como enfermeira, posso garantir que os idosos conseguem ser muito explícitos em seus comentários”.

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