05 JAN, 2022
Márcio Padrão - Canal Tech. Confira matéria original aqui.
O mercado de trabalho infelizmente carrega alguns preconceitos contra certos grupos sociais. É o caso do etarismo, ageismo ou idadismo; seja qual for o nome, é a discriminação contra os de meia-idade ou mais velhos. A Talento Sênior, empresa de recrutamento de profissionais acima de 45 anos, fez um levantamento das dez perguntas mais “etaristas” ditas nas entrevistas de emprego — e que, claro, devem ser evitadas.
Uma pesquisa recente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) constatou que em 2020 54% dos profissionais técnicos eram jovens adultos na faixa dos 18 aos 29 anos. Já os profissionais do grupo de mais de 50 anos eram apenas de 2,7%. Além disso, no comparativo com 2015 o percentual dos mais velhos caiu 7% entre os homens e 9,4% entre as mulheres.
Segundo Cristina Sabbag, chefe de diversidade e sócia da Talento Sênior, as questões delicadas mais ouvidas pelos seniores são:
Quando pretende se aposentar?
Você é uma pessoa saudável?
Você tem vida social adequada ou é solitário(a)?
Você ainda dirige?
Você consegue se adequar a um ambiente jovem e inovador?
Você conhece alguma coisa de computador e internet?
Você tem boa memória?
Você tem dificuldade em ambientes de escada?
Por que mudar de profissão nessa altura do campeonato?
Você se considera jovem de coração e atitude?
Convivência intergeracional leva as empresas a alcançarem bons resultados (Imagem: Reprodução/Beth Macdonald/Unsplash)
A empresa de RH também evidenciou que a convivência intergeracional, isto é, a interação entre profissionais mais velhos e mais jovens, leva as empresas a alcançarem bons resultados. De acordo com Sabbag, as empresas podem eliminar atitudes etaristas a partir das seguintes ações:
Promover ações educativas individuais e coletivas sobre o envelhecimento;
Combater piadas relacionadas à idade;
Evitar generalizações como, por exemplo “todo velho é doente”;
Repudiar publicamente toda publicação ou política pública com viés etarista;
Abrir vagas apenas para profissionais 50+;
Capacitar gestores e equipes para que não haja exclusão de currículos apenas com base na idade ou tempo de experiência. A intergeracionalidade deve estar representada nas equipes de trabalho em todos os setores ou áreas.
Uma enquete de 2019 da Associação Americana dos Aposentados (AARP, na sigla em inglês) dizia que sete em cada dez adultos gostam de trabalhar com pessoas de gerações diferentes das suas. Os trabalhadores mais experientes apreciam as habilidades tecnológicas, criatividade e novas perspectivas dos colegas mais jovens. E os funcionários mais novos valorizam a sabedoria e a experiência dos colegas mais velhos.
“É importante que os resultados exijam interdependência de tarefas e funções e que a integração entre eles seja feita de forma contínua. Então, é preciso começar a planejar como estabelecer políticas de integração e manutenção de profissionais maduros na empresa e preparar equipes e líderes para essa realidade. O preconceito precisa ser combatido”, conclui Sabbag.
Comments