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A importância das relações intergerencionais

AGO 12, 2021

Ossesio Silva - Republicanos 10. Confira matéria original aqui.


Atualmente o número de idosos no Brasil chegou a mais de 32 milhões. Em 2030, esse número deve ultrapassar o número de jovens e crianças, segundo aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os jovens de hoje serão os idosos de amanhã, por isso falar sobre o envelhecimento é falar sobre o futuro dos jovens.


Os desafios e obstáculos que estão surgindo com essa nova realidade clamam por vínculos intergeracionais fortalecidos, intensos e seguros. Nesse sentido, se faz necessário a construção de laços significativos e de reciprocidade entre as faixas etárias, permitindo que os jovens possam perceber o processo de envelhecer de forma mais favorável e benéfica, o que pode contribuir para que essa etapa da vida a ser vivenciada por eles, seja positiva, desmistificando preconceitos e promovendo conhecimentos.


Por outro lado, a partir de tais interações, os idosos passam a reconhecer que além de ensinar aos mais jovens também podem aprender com eles, ampliando e renovando suas perspectivas acerca da própria inserção na sociedade, construídos bons relacionamentos, contribuindo para a aceitação e comprometimento entre as gerações.


Quando há respeito às diferenças, aos saberes e às experiências de vida de cada um, pode-se trilhar o caminho para uma convivência pacífica e rica em solidariedade e reconhecimento das necessidades reciprocas.


No Brasil, as ações intergeracionais ainda são tímidas, mas temos exemplos de países que investem em politicas públicas intergeracional e alcançam êxito. Na Inglaterra, na Alemanha e nos Estados Unidos existem modalidades mais avançadas de ações intergeracionais, como os centros intergeracionais, que envolvendo creches, escolas infantis e de ensino médio, próximas à associações de terceira idade, de centros-dia e de instituições de longa permanência para idosos. Na Itália, por exemplo, uma residência pública destina os dois primeiros andares a estudantes, e os dois últimos aos idosos. Os jovens prestam serviços aos mais velhos como pagamento pela moradia. No Japão, os idosos são convocados a fazer leituras para crianças em idade pré-escolar.


As trocas geracionais são estratégias para aproximar gerações, e não devem se restringir apenas à família e aos programas de políticas públicas, mas também expandidas às instituições privadas e a outras representações da sociedade. Além disso, amplia a consciência dos mais jovens sobre o processo de envelhecer e contribuindo para que, no futuro, tenhamos menos preconceitos e idosos que consigam vivenciar com menos sofrimento o processo do envelhecimento.

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