JAN 18, 2022
Redação do Diário - Diário. Confira matéria original aqui.
Algumas pessoas costumam dizer que antigamente os idosos eram bem tratados. Isso merece uma reflexão mais profunda, pois penso que dependa de qual tempo e lugar nos referimos. No mundo Oriental, essa é uma afirmação verdadeira, principalmente pela presença das tradições humanista como o confucionismo e o Budismo que enfatizam o respeito aos mais velhos. Já no mundo ocidental, em que vivemos, me ancorando nas reflexões da antropóloga Guita Debert, acompanho uma divisão da história, propondo ao menos três grandes momentos, tendo claro sua possível arbitrariedade.
A pré-modernidade se inicia com a presença do homem na terra, e dura até aproximadamente até 4000 antes de Cristo. Destacava-se a economia doméstica. Não existia a distinção etária conhecida hoje de criança. jovem, adulto, idoso. O mais importante era o conceito de família, preservando os valores tradicionais, quando o respeito e o cuidado com os idosos se inserem.
A modernidade surge com muitas inovações como a imprensa, as grandes navegações, o renascimento nas artes, mas fundamentalmente uma nova organização na forma de produção de bens, o capitalismo, com apoio da ciência. São criadas então as divisões etárias e papéis; criança; jovem (estuda); adulto (trabalha); idoso (aposentado). Surge o individualismo. A partir de então, podemos concordar com a ideia do não cuidado.
Pós modernidade, como alguns autores chamam nosso mundo contemporâneo, se caracteriza como uma sociedade unietária com a descronologização da vida, tendo como valor fundamental a juventude. Se muitos não se entendem como idosos, como pensar em respeito e cuidado? Lembrando também a dinâmica acelerada em que vivemos.
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